Amiraldo Do Socorro Soares Da Cunha
Nos últimos anos o Estado, enquanto instituição pública, se tornou o principal agente regulador do processo de urbanização, através do provimento da infraestrutura, ainda que precária em algumas cidades, porém, necessária à garantia do desenvolvimento municipal. Nas cidades amazônicas, como em Breves, no Marajó, o processo de ordenamento territorial municipal assumiu as mais diversas formas de ocupações e usos, sendo as atividades extrativistas as ocupações mais visíveis e, muitas vezes, contraditórias. Breves se caracteriza por ser uma importante cidade no arquipélago marajoara que teve, durante muito tempo de existência, sua economia voltada, principalmente, para a exploração da madeira e de outros recursos naturais, como o açaí e o palmito. Todavia, nos últimos anos, esta atividade sofreu um declínio significativo, causado por dois motivos principais: 1) pela escassez da madeira sobreexplorada na região e; 2) pela intensificação da atuação dos órgãos de fiscalização na proibição da extração irregular de espécies nativas e de produtos naturais protegidos. Nesse município, devido a falta de oportunidade na indústria madeireira, novas atividades produtivas se destacaram, como a pesca, agricultura, o comércio e mais recentemente a extração ou o manejo do açaí. Juntamente com o funcionalismo público e as políticas assistencialistas do Governo Federal (como Bolsa Escola, Bolsa Família, etc), estas atividades tornaram-se a principal forma de renda para a população da cidade. Fato comum nas demais cidades do Marajó. A obra do Mestre Amiraldo do Socorro Soares da Cunha é mais uma importante colaboração para a História e a Geografia dessa realidade, que em conjunto com outros estudos, não pretendem esgotar a temática, mas sim, contribuir com o conhecimento acerca do que vem ocorrendo no Marajó dos Furos.